EXPERIÊNCIA DESENVOLVIDA EM RIACHINHO É DESTAQUE NA EXPOEPI 2017

A experiência desenvolvida pela Secretaria de Saúde do município de Riachinho, no Bico do Papagaio, para avaliar a rede de contato dos pacientes de hanseníase, diagnosticados e tratados pelo SUS naquela comunidade, foi destaque nesta quarta-feira (28) na 15ª edição da Mostra Nacional de Experiências Bem-Sucedidas em Epidemiologia, Prevenção e Controle de Doenças (15ª Expoepi) que está sendo realizada em Brasília.

O projeto intitulado ‘Contatos imediatos do 3º Grau: estruturando a rede de contatos do município de Riachinho entre 2001 e 2015’ buscou revelar a ligação de proximidade ou convivência entre os moradores da cidade que já foram diagnosticados com a doença.

A hanseníase é uma doença transmissível e, pelo protocolo do SUS até 2016, só eram considerados contatos do portador de hanseníase, aqueles que vivem na mesma casa, de forma que, ao ser descoberto um novo caso, todos os demais moradores precisam ser avaliados.

A coordenadora do projeto, a enfermeira Carmén Gomes Soares, conta que o projeto veio ajudar a mostrar o que a equipe de saúde já desconfiava: “Este estudo veio mostrar que o contágio não ocorre apenas dentro da mesma casa, mas sim pelo relacionamento social. Pelos resultados, vimos que 39% dos casos transmitidos em Riachinho, foram dentro da mesma casa, mas a maioria, 47%, ocorreu fora de casa, através de vizinhos, compadres, avô que fica muito tempo com o neto, colegas de trabalho, enfim, pessoas do convívio social”.

A equipe de pesquisa se preocupou não apenas em correlacionar aqueles que foram diagnosticados com a doença para tentar demonstrar uma possível rede de contágio, também transferiram para o mapa onde estavam as ligações que podem ter originado o contágio , considerando a residência de cada um. O resultado foi supreendente: “O mapa ficou totalmente riscado. Mas é bom deixar claro, que não podemos afirmar que foi exatamente daí que ocorreu o contágio”, explicou a coordenadora.

O trabalho inédito, veio somar ao novo protocolo do estado, lançado na semana passada, alertando que os municípios passem a incluir na investigação da rede de contatos do paciente, também os moradores vizinhos.

“Acreditamos que quanto mais rápido conseguimos descobrir os novos casos, menos a doença poderá se espalhar e mais rápido o paciente estará curado e deixando de transmitir para outras pessoas do convívio. O tratamento está disponível de forma gratuita no SUS e o nosso papel é descobrir os novos casos e facilitar o acesso dos pacientes à cura, destacou o secretário de Saúde de Riachinho, José Nelson Brito da Silva.

"Estamos muito confiantes de que o prêmio da mostra pode ser nosso, mas independente disso, já temos uma grande satisfação de contribuir com o trabalho de todos os municípios que tanto se esforçam no combate à hanseníase, e já estamos colhendo bons frutos dessa experiência exitosa em nosso município”, concluiu a coordenadora Carmem Gomes.

A experiência de Riachinho está concorrendo com outros dois municípios brasileiros e se vencer leva um prêmio de R$ 50 mil que será destinado ao incremento do projeto. O resultado deve ser divulgado nesta sexta-feira (30) durante o encerramento da 15ª Edição da Expoepi.