SECRETÁRIOS MUNICIPAIS DE SAÚDE COBRAM RECONTRAÇÕES PARA QUE HOSPITAIS VOLTEM A RECEBER PACIENTES
A Diretoria do Conselho de Secretários Municipais de Saúde (COSEMS-TO) e os secretários representantes de todas as Regiões de Saúde do Estado estiveram reunidos nesta terça-feira (08) com o Secretário Estadual de Saúde, Renato Jayme da Silva, para tratar sobre as soluções que estão sendo adotadas para que os hospitais estaduais, responsáveis pela média e alta complexidade na Saúde, voltem a atender os pacientes referenciados.
Desde o primeiro dia do ano, mais de 15 mil servidores públicos foram exonerados, dentre eles 629 médicos, comprometendo o atendimento em todos os hospitais mantidos pelo Estado e sobrecarregando os municípios a quem cabe as ações da Atenção Básica, com casos de menor complexidade, como atendimentos ambulatoriais e de baixa complexidade.
Os secretários da Região de Saúde Amor Perfeito cobraram do Estado a recomposição do quadro de profissionais de forma urgente, já que vidas estão sendo perdidas diante da negativa de atendimento nos hospitais. O Secretário de Silvanópolis, Wilkey Fernando, narrou casos de pacientes encaminhados aos hospitais que sequer deram entrada nas unidades por falta de médicos ou responsáveis para recebê-los. A secretária de Saúde de Porto Nacional, Anna Crystina Bezerra, destacou que mesmo com a recontratação de alguns profissionais já publicada em Diário Oficial, a carga horária é metade do que realizavam anteriormente, não suprindo a necessidade dos hospitais e dos pacientes.
Representando a Região da Ilha do Bananal, o Secretário de Saúde de Alvorada e diretor de Comunicação do COSEMS-TO, Roberto Sampaio, cobrou da SES um planejamento para a Saúde do Tocantins, já que as ações do Estado afetam diretamente o SUS nos municípios.
Os representantes da Região Médio Norte alertaram sobre a falta de ortopedistas nos Hospitais Regionais no período da madrugada. Ricardo Madruga, vice-presidente do COSEMS-TO expôs ao secretário Renato Jayme a falta de estrutura dos municípios para manter pacientes graves que não estão sendo aceitos nos hospitais estaduais, principalmente no período noturno.
A Região Cerrado destacou a sobrecarga financeira que a crise dos hospitais está gerando aos municípios. O prefeito de Colinas, Adriano Rabelo, participou da reunião e cobrou um posicionamento do Estado para que os municípios se programem financeiramente para atender as demandas da Saúde. Destacou que desde sábado não consegue referenciar pacientes, ficando com superlotação no hospital municipal e nos postos de saúde. Já o Secretário José Martins, de Pedro Afonso, cobrou uma solução imediata para que os hospitais voltem a receber pacientes referenciados e destacou que os municípios também estão em situação financeira crítica diante das omissões do Estado.
A Região do Bico do Papagaio cobrou a disponibilidade das especialidades nos hospitais da região e a estruturação do Hospital de Augustinópolis. Nelson, secretário de Maurilândia, questionou qual é o objetivo do Estado com essa demissão em massa e o que a SES vai oferecer em ajuda aos municípios.
A Região do Cantão levantou a necessidade de ofertar mais especialidades e exames de imagem que não estão suprindo as necessidades da população dessa região. O Secretário Rondinelli sugeriu que os diretores dos hospitais regionais estejam presentes nas reuniões da CIB. Reforçou ainda as cobranças pela melhoria na comunicação entre SES e municípios, para não prejudicar tanto o atendimento à população.
A Região Sudeste cobrou a solução para a constante falta de médicos na escala do Hospital Regional de Dianópolis, gerando muitos deslocamentos de pacientes para outros hospitais de referência. Destacaram ainda a falta de acessibilidade das estradas, a falta de especialidades e as constantes negativas dos Hospitais de Dianópolis e de Arraias.
AS RESPOSTAS DO ESTADO
O Secretário Renato Jayme justificou que a estrutura organizacional está sendo revista e que o objetivo das mudanças é a redução de custos, melhorar os gastos para que o orçamento atenda maior parte de pessoas.
Sobre o planejamento, Renato Jayme afirmou que em 10 meses só apagaram incêndios, mas que agora a gestão será focada no fortalecimento dos hospitais. Ao repensar e reorganizar a rede, querem possibilitar a redistribuição de recursos com municípios para fazer melhor o atendimento à população.
Reconheceu que há grandes dificuldades em contratar médicos para hospital de Dianópolis, devido a forma de contratação diferenciada que a unidade realiza.
Agradeceu o apoio dos municípios para superar os problemas da última semana, justificou que a decisão foi do Estado, e que tem exigido um trabalho incansável da equipe da SES. Falou rapidamente do enfrentamento com o CRM e que 75% dos médicos já estão sendo recontratados, sendo que novos nomes devem ser divulgados no Diário Oficial nos próximos dias para suprir as carências dos hospitais.
Quanto às contrapartidas obrigatórias, Renato Jayme disse que já solicitou levantamento das dívidas com os municípios e que, assim que abrir o orçamento, estará providenciando os pagamentos.
Antes de encerrar a reunião, afirmou que até sexta feira da próxima semana será definido o modelo estrutural da SES, o tamanho que terá a Saúde, conforme a reestruturação que será anunciada pelo Governo.
-
09 de janeiro de 2019
ASCOM COSEMS TO